Entenda as principais etapas do tratamento de efluentes

Tratamento de Efluentes

15 de Dezembro de 2015

Diariamente, atividades industriais e urbanas são responsáveis por gerar grandes quantidades de resíduos líquidos que, se não tratados corretamente, apresentam alto teor de poluição, podendo prejudicar o meio ambiente e até mesmo a população local.

Para se ter ideia da dimensão da geração de resíduos, segundo dados da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico, são gerados 21,3 milhões de metros cúbicos de esgoto por dia no Brasil; sem contar outros efluentes industriais advindos de processos produtivos das indústrias dos mais diversos segmentos.

A fim de evitar que todos esses efluentes sejam descartados de modo incorreto, empresas e governos devem assegurar o seu tratamento e, para atingir os parâmetros adequados de descarte, as águas residuárias e esgotos sanitários devem passar por diversas fases de tratamento, dependendo de suas condições e da eficiência dos processos.

Cada uma das etapas possui uma finalidade específica, no intuito de remover elementos tóxicos indesejáveis ou transformá-los em uma substância ambientalmente adequada, de modo a poder descartar ou reutilizar os efluentes com a qualidade estabelecida pela legislação vigente, evitando danos ao meio ambiente e à própria empresa. 

As principais fases do tratamento de efluentes 

Para que o líquido possa ser devolvido à natureza ou reaproveitado para fins menos nobres a partir do reúso, a gestão adequada pode levar até quatro etapas, sendo elas o tratamento preliminar, o tratamento primário, o tratamento secundário e por fim, o terciário avançado. 

Cada um acontece da seguinte forma:

  • Tratamento Preliminar

O tratamento preliminar é pautado em remover apenas sólidos grosseiros, flutuantes e matéria mineral sedimentável, seguindo os processos de:

- Gradeamento: nesse primeiro momento  são retirados os sólidos em suspensão que ficam nos efluentes, como detritos e outros objetos, por meio de grades colocadas em locais estratégicos para reter o material que deve ser removido. 

- Peneiramento: em sequência são utilizadas peneiras para remoção dos sólidos muito finos ou fibrosos que não foram retidos na fase anterior. 

Dependendo da natureza do resíduo, essa etapa pode substituir o sistema de gradeamento. Ou seja, em casos onde o efluente possui sólidos pequenos, o gradeamento não se faz necessário, podendo já iniciar o processo com o peneiramento.

- Desarenadores: etapa onde ocorre a remoção de misturas formadas por sólidos em líquidos. Trata-se de uma técnica física de separação por sedimentação do material, que pode ser areia, pedrisco, cascalho ou outros do tipo,  os quais  vão para o fundo do recipiente por conta da diferença de densidade e da ação da gravidade. Enquanto a parte líquida permanece em cima, os sólidos são acumulados na parte inferior, facilitando sua remoção.

- Separação de óleo: efluentes e águas contaminadas com óleos e graxas de áreas de manutenção, lavagem de veículos ou máquinas em oficinas mecânicas, devem passar por esse processo de separação onde são utilizados dispositivos com a função de empregar métodos físicos e atuar também por densidade, mas nesse caso fazendo com que o óleo flutue sobre a água. 

O objetivo principal de todas essas etapas da primeira fase é separar o líquido dos materiais que ficam flutuando, uma vez que estes, na maioria das vezes, acabam não sendo passíveis de tratamento biológico devido à sua natureza inerte ou de baixa degradabilidade.

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No tratamento primário remove-se outros sólidos inorgânicos e a matéria orgânica em suspensão. Nesse caso, a DBO (Demanda Bioquímica de Oxigênio) também é removida parcialmente e os sólidos suspensos são quase que completamente eliminados. Esse nível de tratamento pode envolver os seguintes processos:

- Decantação primária ou simples: por meio de decantadores implantados em tanques, os sólidos em suspensão de maior densidade contidos nos efluentes, sedimentam-se e depositam-se ao fundo constituindo o lodo primário que posteriormente é removido para outro tipo de tratamento.

- Flotação: essa é mais uma fase de separação de líquidos dos sólidos ainda restantes. No entanto, a flotação acontece através de nuvens de microbolhas de ar que tem o objetivo de arrastar as impurezas para a superfície, facilitando a remoção.

- Neutralização: aqui ocorre a regularização do pH dos resíduos ácidos e resíduos básicos (ou alcalinos) quando houver necessidade. Se o resíduo apresentar pH entre 6 e 9 será caracterizado como neutro, não sendo necessário modificações; porém se o percentual for menor que 5 ou maior que 10, aplica-se essa fase de neutralização.

- Precipitação química: também não sendo necessária a todos os tipos de resíduos, a precipitação costuma ser aplicada no tratamento de águas residuais que contenham altas concentrações de metais ou sulfatos.  Quando aplicado, o processo ocorre a partir de um determinado produto químico reagindo com íons de metal pesado, formando um sólido denominado “precipitado” que também é removido  posteriormente. 

  • Tratamento Secundário

O Tratamento Secundário consiste na intensificação do processo natural de biodegradação e na retirada desses materiais biodegradáveis. As principais fases costumam ser:

- Processos de lodos ativados: como o nome já diz, esse é um processo biológico que consiste na formação do lodo. Através de um tanque de aeração que tem por finalidade proporcionar oxigênio aos microrganismos e evitar a deposição dos flocos bacterianos, também mistura-se homogeneamente o lodo e o efluente.

- Lagoas de estabilização: essa fase objetiva estabilizar a matéria orgânica pela oxidação bacteriológica e/ou redução fotossintética das algas, proporcionando uma alta eficiência de remoção de DBO e coliformes.

- Lagoas aeradas: essas são bem similares às lagoas de estabilização, tendo como principal diferença o fato de que o oxigênio, ao invés de ser produzido por fotossíntese ou oxidação, é fornecido por aeradores mecânicos.

- Filtros biológicos: os filtros são utilizados para remover a matéria orgânica do líquido onde o processo ocorre através do crescimento microbiano na superfície do local sobre o qual o esgoto é despejado e percolando a matéria até a parte mais baixa do filtro.

Reatores anaeróbios e a precipitação química através da elevação do pH de metais como cobre, níquel, zinco entre outros, também podem ser considerados como processos secundários. 

  • Tratamento Terciário 

O Tratamento Terciário avançado é utilizado para obter um efluente de alta qualidade com a remoção de outras substâncias contidas nas águas residuárias. Ou seja, nesta etapa remove-se do material em solução tudo que não foi tratado nos tratamentos anteriores, como metais pesados, compostos orgânicos, entre outras substâncias.

Podem fazer parte do tratamento terciário:

- Osmose reversa:  essa é uma  alternativa que tem como finalidade remover as demais impurezas da água por meio da retenção de moléculas. A presença de membranas semipermeáveis garantem que as partículas menores que foram perdidas em estágios anteriores sejam retidas, especialmente os sólidos totais dissolvidos (TDS). A osmose reversa faz com que a água passe por uma pressão maior, de modo com que a membrana retenha o soluto e permita a passagem da água pura.

- Filtros de areia: assim como na osmose reversa, os filtros de areia também tem o objetivo de reter os sólidos, no entanto, eles tem potencial para filtrar apenas sólidos em suspensão de 5 até 25 micra (unidade de medida microscópica).

- Remoção de nutrientes: caso o efluente tratado ainda apresente alto teor de nutrientes em sua composição é necessário fazer a remoção dos mesmos para descarte. Isso porque esses nutrientes tendem a consumir mais oxigênio do corpo hídrico e podem tornar o ambiente impróprio para sobrevivência de peixes. Esse nutrientes podem ser removidos através de algumas técnicas, sendo uma das principais a adsorção, onde ocorre a transferência da água em fase líquida para um adsorvente  sólido, como materiais com alto teor de carbono (plantas, animais, resíduos de frutas, casca de arroz, algas e outros) que absorvem esses nutrientes.

Essas etapas do tratamento de efluentes são fundamentais para que poluentes específicos sejam removidos de maneira adequada, deixando assim os resíduos de acordo com os parâmetros exigidos pelos órgãos ambientais antes de serem devolvidos ao meio ambiente ou reaproveitados de outro modo. 

Vale lembrar que, a depender do efluente, nem todas as etapas serão necessárias até atingir o parâmetro adequado para descarte. Por isso, é de suma importância realizar uma análise especializada para tal definição.

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A importância de contar com parceiros especializados para realização do tratamento de efluentes

Para ter eficiência em todas as etapas e alcançar uma gestão de resíduos adequada, é essencial escolher com atenção o parceiro de tratamento. 

Essa decisão deve prezar por empresas especializadas e com reputação reconhecida no mercado, que possuem know-how para analisar cada necessidade e decidir um caminho seguro para o sucesso operacional de um negócio.

Com mais de 30 anos de experiência em projetos ambientais, o Grupo Opersan atua com foco em gestão de águas e efluentes para o mercado corporativo, oferecendo soluções integradas, eficientes e economicamente vantajosas para negócios dos mais variados segmentos.

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