A indústria têxtil brasileira chama a atenção por sua abrangência e qualidade de produção. De acordo com a ABIT (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção), o Brasil tem a maior cadeia têxtil completa do Ocidente e está entre os quatro maiores produtores de malhas do mundo.
Além disso, são 24,6 mil unidades produtivas formais em todo o país e quase nove bilhões de novas peças produzidas por ano, segundo o relatório Fios da Moda, realizado pela FGV em parceria com o Instituto Modefica.
Em termos econômicos, os números realmente se destacam. No entanto, uma produção desta proporção também gera uma quantidade expressiva de resíduos – que podem levar décadas para se decompor, chegando até a 400 anos.
Diante o cenário, fazer uma gestão correta desses efluentes é essencial para que os impactos ao meio ambiente sejam os mínimos possíveis e para que a produção seja sustentável e inteligente, além, é claro, de garantir que a empresa evite multas e paralisações em função do descumprimento da legislação.
As matérias-primas utilizadas em confecções vão muito além da malharia, envolvendo também corantes e outros materiais. Assim, os resíduos advindos das operações têxteis, sejam eles líquidos e sólidos, podem conter substâncias químicas nocivas ao meio ambiente, exigindo uma gestão e tratamento adequados para não prejudicarem a natureza em todas as suas esferas.
Comumente, os poluentes advindos das indústrias deste segmento são:
A água é um fator sensível quando se fala na indústria têxtil, tanto pela quantidade necessária para produção das peças quanto pela poluição gerada por substâncias de coloração.
Segundo dados do relatório “A New Textiles Economy: Redesigning fashion’s future” (“A nova economia têxtil: redesenhando o futuro da moda”, em tradução livre) realizado pela Ellen MacArthur Foundation, a indústria têxtil usa 93 bilhões de metros cúbicos de água todos os anos na produção de peças. Uma camiseta de algodão, por exemplo, precisa de mais de 2.700 litros de água para ser produzida – mesma quantidade que uma pessoa bebe em cerca de três anos.
Nesse processo produtivo, os efluentes vêm do líquido resultante das etapas de tingimento, acabamento ou tratamento dos tecidos, por exemplo, e são caracterizados por conter alta carga poluidora devido à complexidade química e à presença dos corantes utilizados.
Além dos efluentes, as indústrias deste segmento também podem gerar resíduos sólidos, envolvendo principalmente os vários tecidos utilizados – fibras naturais, artificiais ou sintéticas, cada uma com suas características.
Outros tipos de materiais ainda podem ser caracterizados como poluentes, como plástico, metal, papel, papelão, linha, entre muitos outros - e isso faz com que a geração de resíduos pelas confecções possam ser tanto de Classe I, quanto de II.
Resíduos de Classe I são aqueles considerados perigosos, podendo apresentar riscos à saúde e ao meio ambiente e exigindo ainda mais atenção em sua gestão. Latas de tinta, embalagens de produtos químicos e estopas são exemplos comuns de materiais que fazem parte dessa classificação.
Já os de Classe II se subdividem em duas categorias: A ou não inertes – com baixa periculosidade e capacidade de reação química – e B ou inertes – de baixa capacidade de reação. Lodo de sistemas de tratamento de águas, poliuretano, lixas e EPI’s não contaminados são resíduos que se enquadram nessa divisão.
No entanto, para conhecer de fato a qual classe pertence o resíduo, é necessário uma avaliação em laboratório credenciado.
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Com tanta diversidade de materiais em sua produção, as indústrias do têxtil devem ter um conhecimento amplo sobre os tratamentos adequados para cada tipo de resíduo gerado.
Atualmente, há duas modalidades comuns para fazer essa gestão da maneira eficiente:
Essa modalidade consiste em realizar o tratamento dentro da própria empresa com um parceiro especializado assumindo todos os riscos, responsabilidades e necessidades para manter o sistema inteiramente funcional.
Esse tipo de tratamento pode acontecer através de alguns modelos de negócios:
Já o tratamento OffSite consiste em transportar os efluentes para serem processados em estações de tratamento terceirizadas, que são operadas por uma empresa especializada.
Nesta modalidade, o prestador de serviços ambientais se encarrega de coletar, transportar, tratar e destinar os resíduos tratados, enquanto a empresa geradora paga pelo serviço sem investir em uma estrutura própria.
Essa é uma ótima opção para empresas que têm limitações físicas, grandes volumes de geração de resíduos, efluentes complexos ou estão passando por manutenções em suas estações internas.
Seja em estruturas OnSite ou OffSite, a gestão e o tratamento corretos dos resíduos da produção têxtil trazem muitas vantagens além do ganho ambiental, como:
Cada tipo de resíduo exige um tratamento diferente para garantir o descarte adequado e sua reutilização, quando possível. No caso da indústria têxtil, a diversidade de materiais e suas características específicas fazem com que essa gestão seja ainda mais importante e exige conhecimento da área. Por isso, contar com um parceiro pode ser a melhor opção, principalmente por garantir o tratamento correto e permitir às empresas focarem no objetivo principal do seu negócio.
O Grupo Opersan atua na gestão e no tratamento de águas e efluentes há mais de 30 anos, com modelos OnSite e OffSite que vão desde a elaboração de projetos até o armazenamento e tratamento de resíduos conforme as leis ambientais. Nossas soluções ainda permitem às empresas implementar estratégias de reuso de água, trazendo ainda mais vantagens para o setor de confecções. Fale com nossos especialistas e descubra como transformar a sua gestão ambiental em um processo simples, descomplicado e eficiente.