Conhecer as características dos efluentes que receberão tratamento é um fator importantíssimo, e deve ser o primeiro passo a ser dado, já que o tipo de tratamento aplicado irá depender dessas características. Já abordamos em outro artigo um pouco da importância desta prática, e vamos explorar mais detalhes a seguir.
Normalmente os parâmetros de esgotos sanitários são bem definidos, sofrendo apenas variação de concentração dependendo dos fatores em que são gerados; já os efluentes industriais sofrem grandes variações em composição e concentração, já que a diversidade de indústrias é enorme. Sendo assim, todos devem ser avaliados individualmente. Podem haver grandes variações até mesmo em indústrias do mesmo ramo, devido a variação de matérias primas.
Os principais parâmetros a serem analisados
Matéria Orgânica
É considerado o principal composto poluente de corpos d’água, já que pode causar consumo de oxigênio através de microrganismos.
Os principais elementos da matéria orgânica são carbono, hidrogênio e oxigênio, dependendo de sua origem podem apresentar outros elementos como nitrogênio, fósforo, enxofre e ferro. A quantidade de matéria orgânica normalmente é levantada através de análises de DBO ou DQO:
- DBO – Demanda Bioquímica de Oxigênio
É a quantidade de oxigênio necessária para oxidar a matéria orgânica biologicamente. Esse parâmetro é importantíssimo na medição de poluição e material orgânico.
- DQO – Demanda Química de Oxigênio
É a demanda de oxigênio necessária para oxidar quimicamente a matéria orgânica, na DQO também é oxidada a matéria orgânica não biodegradável e alguns compostos inorgânicos.
A DBO/DQO é muito importante para o estudo dos possíveis tipos de tratamento, e você pode descobrir mais deste tema em nosso artigo sobre a Combinação de Tratamento Físico-Químico e Biológico. Confira a seguir mais alguns conceitos fundamentais para o entendimento das características dos resíduos:
- Sólidos Totais: são os sólidos que permanecem como resíduos após a amostra ser exposta a determinada temperatura. Também devem ser determinadas as formas que esses sólidos se encontram;
- PH – Potencial Hidrogeniônico: o PH tem grande interferência nas águas residuais, sendo primordial a análise do mesmo para determinar as formas de tratamento;
- Temperatura: quando falamos em tratamento biológico, a temperatura pode alterar a concentração de oxigênio dissolvido e interferir na velocidade de degradação dos compostos, podendo acelerar ou retardar o processo de digestão. Já no físico-químico por coagulação-floculação, pode interferir na formação de flocos, os quais são a aglutinação de elementos poluentes, posteriormente filtrados;
- Compostos Tóxicos: podem ser cianetos, sulfetos ou até mesmo uma série de metais pesados. Esses compostos podem ser encontrados em grandes concentrações, o que torna inviável o tratamento biológico.
Estes exemplos mostram a importância de ter total domínio sobre a natureza dos subprodutos industriais gerados, bem como sua complexidade. Por isso, conte sempre com um parceiro que tenha equipes especializadas, amplo domínio técnico e toda a estrutura de análise laboratorial necessária para dar as respostas necessárias para suas demandas de saneamento e tratamento.