Nas últimas décadas, o debate em torno da sustentabilidade ganhou força e vem transformando a dinâmica das organizações. Não se trata mais de uma escolha: alinhar as operações a práticas responsáveis tornou-se um compromisso esperado pela sociedade e, sobretudo, uma exigência do mercado. O termo ESG (Environmental, Social, and Governance) hoje se consolidou como um norte para empresas que buscam longevidade e relevância — ditando desde políticas internas até relações com investidores, clientes e órgãos reguladores.
No centro dessas tendências, temas como a redução da pegada de carbono, a utilização de energias renováveis e a valorização da diversidade ocupam grande espaço nas agendas corporativas. Contudo, há um aspecto que merece igual atenção e que, muitas vezes, permanece nos bastidores das discussões: a gestão eficiente dos efluentes gerados pelos processos industriais e estabelecimentos comerciais.
Mais do que um indicador de responsabilidade ambiental, o tratamento adequado desses resíduos líquidos é também um dever legal, previsto na Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei n.º 12.305/2010). A legislação estabelece critérios rigorosos para o descarte e a destinação final dos efluentes, visando reduzir impactos ao meio ambiente. Órgãos estaduais desempenham papel fundamental nesse contexto, fiscalizando as atividades das empresas e assegurando que sejam cumpridos os padrões de controle e mitigação da poluição.
Em um cenário em que o consumo de água no Brasil deve crescer 24% até 2030, não há como falar de ESG e sustentabilidade corporativa sem falar da gestão hídrica.
Em uma metáfora, seria como tentar erguer um prédio sobre uma fundação frágil: por mais sólidas que sejam outras iniciativas, como a redução de carbono ou o uso de energias renováveis, sem uma base hídrica consistente, tudo fica vulnerável. Do tratamento e reúso até o atendimento da legislação, cada decisão influencia no sucesso das metas ambientais, sociais e de governança.
Saiba mais: O ESG que começa e termina na água
Como a gestão hídrica se conecta aos três pilares do ESG?
Para traçar essa jornada de integração, o primeiro passo é compreender como a gestão da água impacta cada dimensão do ESG. Isso porque, mais do que uma prática isolada, ela é um eixo transversal que influencia em todos os pilares:
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Gestão hídrica no pilar E (Ambiental)
A gestão hídrica eficiente é fundamental para o pilar ambiental porque envolve conservar recursos naturais, ampliar o reaproveitamento e reduzir o impacto no meio ambiente. Ao tratar adequadamente efluentes, as empresas evitam o descarte inadequado, preservam a biodiversidade e aumentam a contribuição corporativa para uma gestão ambientalmente mais sustentável.
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Gestão hídrica no pilar S (Social)
No aspecto social, a gestão — sobretudo quando combinada ao reúso — favorece o fornecimento seguro e contínuo de água. Isso evita a competição pelo recurso entre as indústrias e a população — especialmente em áreas de escassez — e garante que a qualidade das fontes naturais não seja comprometida pelas atividades produtivas.
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Gestão hídrica no pilar G (Governança)
Na governança, o impacto está no cumprimento rigoroso da legislação ambiental, no monitoramento constante de indicadores e na manutenção de processos auditáveis. Essa postura fortalece a reputação corporativa, reduz riscos legais e reputacionais, e demonstra transparência com as metas ambientais, alinhando a gestão da água à estratégia e ao compliance da empresa.
Por que a água deve ser vista como ativo estratégico na indústria?
Além de estar diretamente relacionada aos pilares do ESG, a água merece atenção redobrada e deve ser encarada como um ativo estratégico porque fazer a gestão eficiente desse recurso, significa antecipar riscos, otimizar processos e gerar valor ambiental e econômico.
A exemplo, indústrias que já adotam essa postura consciente e análitica, alcançam:
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Redução de custos operacionais
Investir em tecnologias de tratamento e reúso de água permite que as empresas reduzam o consumo de água potável e os custos associados ao descarte de efluentes, além de diminuir despesas com taxas ambientais e serviços de destinação. Esse processo também otimiza o uso de insumos químicos em sistemas industriais, como torres de resfriamento, gerando economia na aquisição desses produtos. Assim, a gestão eficiente da água contribui tanto para a sustentabilidade ambiental quanto para a redução dos custos operacionais.
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Diminuição da dependência de recursos naturais
Ao reutilizar a água dentro dos seus ciclos produtivos, as empresas também minimizam a pressão sobre mananciais e fontes de recursos naturais. Essa prática evita interrupções no abastecimento (tanto industrial, quanto doméstico), fortalece a resiliência operacional e ajuda o negócio a se preparar para cenários de escassez.
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Eficiência hídrica como diferencial competitivo
Mesmo com avanços nos últimos anos, ainda quase metade dos efluentes gerados no país é descartada no meio ambiente sem o devido tratamento. Segundo o último Diagnóstico Temático: Esgotamento Sanitário, publicado pelo Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), foram tratados 52% do esgoto gerado no Brasil. As organizações que alcançam índices superiores de gestão e reúso se destacam no mercado. Esse desempenho reforça sua reputação ESG e pode atrair investidores, parceiros e clientes alinhados a valores sustentáveis.
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Metas ambientais alinhadas às corporativas
Objetivos claros, como “efluente zero”, redução percentual do consumo total de água e adoção de ciclos internos de reaproveitamento, demonstram compromisso prático com a sustentabilidade. Incorporar as metas ambientais às institucionais pode atrair a atenção de stakeholders, além de consolidar a transparência e reforçar o engajamento da companhia com a agenda ambiental.
Como aplicar o tratamento de efluentes e o reúso de água para gerar valor ESG?
A gestão da água como um ativo estratégico é uma decisão chave que garante a continuidade, a competitividade e a imagem da indústria no mercado atual. No entanto, para colher esses resultados, as empresas devem ir além de uma estratégia bem definida: é fundamental implementar soluções que integrem tecnologia, eficiência e sustentabilidade.
O tratamento de efluentes e o reúso de água assumem um papel decisivo nesse processo, pois contribuem diretamente para o desempenho ambiental, social e de governança da empresa, e reforçam o compromisso com a preservação dos recursos naturais, a responsabilidade social e a transparência nas operações.
O que isso significa para uma indústria?
Para se manter competitiva, as indústrias devem buscar ativamente a adoção de tecnologias avançadas de tratamento e reúso. Sistemas avançados, como MBR (Membrane Bioreactor) e osmose reversa, são soluções capazes de remover contaminantes de forma eficiente e garantir o reaproveitamento hídrico para usos não potáveis.
Quais os impactos?
Investir nessas alternativas permite que o negócio conquiste uma fonte alternativa e segura de abastecimento, reduzindo a vulnerabilidade a flutuações no fornecimento de água e a dependência das concessionárias de abastecimento.
Essa segurança operacional aumenta a resiliência do negócio, ao mesmo tempo em que impulsiona a eficiência dos processos produtivos e eleva a credibilidade da marca como uma empresa que pensa à frente.
Como destacou Fernando Carvalho, Presidente da Opersan, em uma matéria para O Estadão:
“Investir em soluções de tratamento, monitoramento e reúso de efluentes é mais do que cumprir uma norma. É sinalizar que a empresa compreende seu papel num planeta de recursos finitos.”
Como parceiros especializados podem transformar a gestão hídrica em um diferencial estratégico?
Embora muitas organizações já reconheçam a importância do assunto, nem sempre possuem a estrutura, a equipe ou a tecnologia necessárias para implementar soluções completas e eficientes.
É nesse contexto que contar com parceiros especializados faz toda a diferença — não só para garantir a conformidade legal, mas para ajudá-las a extrair o valor estratégico do uso da água.
Um fornecedor experiente oferece visão técnica, tecnologia de ponta e capacidade de operação integrada, permitindo que a gestão hídrica seja incorporada ao planejamento corporativo com metas claras, indicadores e resultados comprovados.
Aqui na Opersan, é exatamente assim que acontece. Nossa atuação se traduz em soluções sob medida para cada cliente, utilizando tecnologias avançadas que viabilizam o reúso, a eficiência do tratamento de efluentes e a segurança na continuidade operacional.
Como a Opersan agrega eficiência e sustentabilidade em suas soluções?
Trabalhar em parceria faz toda a diferença na busca por soluções eficientes para o tratamento de águas e efluentes industriais. A Opersan atua com rotas tecnológicas viáveis, alinhando tecnologia e responsabilidade ambiental para garantir uma gestão hídrica eficiente, segura e em conformidade com as melhores práticas do setor.
Um exemplo do nosso papel junto aos nossos clientes é uma indústria automobilística localizada na Zona Franca de Manaus, que produz, em média, 1,8 mil motocicletas por dia.
Nessa companhia, somos responsáveis pela operação e manutenção de todo o sistema de tratamento de efluentes sanitários, que utiliza a tecnologia MBBR para promover o desenvolvimento de microrganismos que degradam a matéria orgânica presente no resíduo. Além de garantir a eficiência no tratamento, monitoramos continuamente a qualidade do efluentes, que são encaminhados para descarte no Rio Negro em conformidade com todos os parâmetros ambientais exigidos.
Somente em 2024, foram mais de 125 mil m³ tratados e a meta desta indústria é reciclar 100% dos resíduos para alcançar o marco de “efluente zero” até 2035. Trabalhando em parceria, seguimos constantemente indicando rotas tecnológicas viáveis para contribuir com esse objetivo.
Esse case de sucesso comprova que já existem soluções eficazes disponíveis no mercado. Com o parceiro certo, cada gota de água pode gerar valor real para o seu negócio, para a sociedade e para o planeta. Se a sua empresa está pronta para transformar a gestão dos recursos hídricos, fale conosco e solicite um diagnóstico gratuito.