Em 22 de março é comemorado o Dia Mundial da Água, uma data que tem por objetivo conscientizar a população global sobre a relevância da preservação dos recursos hídricos para a sobrevivência dos ecossistemas do planeta.
A Un-Water, mecanismo de interagências que coordena as ações de entidades das Nações Unidas relacionadas às questões de água e saneamento, determina um tema a cada ano para ser o foco da comemoração, pautando-o em um desafio atual ou futuro.
Em 2023, o assunto escolhido foi "Acelerando a mudança", tendo como intuito reunir esforços e incentivar novas formas de uso, consumo e gerenciamento da água em nossas vidas.
Dia Mundial da Água e o panorama do 6º Objetivo de Desenvolvimento Sustentável da ONU
Dentre todos os seus objetivos, o dia mundial da água nos convida a olhar para a disponibilidade do recurso no mundo e a quantidade de pessoas que ainda não possuem acesso a ele.
Em 2015, através do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 6, firmamos o compromisso de garantir que todos tenham acesso à água potável e ao saneamento seguro até 2030. No entanto, infelizmente ainda estamos distantes do alcance dessas metas, já que, de acordo com o último relatório da ONU, 25% da população mundial não tem esses recursos disponíveis.
Além disso, a crise climática e a degradação ambiental estão afetando cada vez mais a disponibilidade de água em todo o planeta, especialmente em países de baixa e média renda.
Esse cenário só reforça o quanto precisamos implementar mudanças significativas o mais rápido possível.
Mas como acelerar a mudança que queremos ver no mundo?
Para reverter o panorama atual e tornar possível o alcance às metas do 6º ODS da ONU, é imprescindível que haja, primeiramente, uma mudança de comportamento, além de deixarmos de seguir o "business as usual”.
Isso significa que precisamos de investimentos em infraestrutura de água e saneamento, políticas públicas para a gestão sustentável dos recursos hídricos, educação e conscientização da população sobre o uso consciente, além da promoção de tecnologias mais eficientes para o tratamento, distribuição e reutilização da água.
No entanto, o tema deste ano também vem reforçar que essa não é uma tarefa apenas dos governos. Os recursos hídricos têm extrema relevância para todos e, por isso, cada indivíduo e comunidade deve fazer a sua parte. Em outras palavras, isso significa que cada um de nós precisa mudar a forma como usamos, consumimos e gerenciamos a água em nossas vidas.
A ONU utiliza uma história popular do povo Quéchua, no Peru, para exemplificar essa importância. Na narrativa, durante uma queimada florestal, os animais se mobilizam para escapar do fogo, enquanto um pequeno beija-flor voa até o lago para pegar água e ajudar a apagar o incêndio. Mesmo diante das zombarias dos demais animais, que dizem que ele não fará diferença, o beija-flor responde com determinação: "Estou fazendo o que posso".
No cenário de crise de água e saneamento que enfrentamos, essa história exemplifica como cada figura importa. Só um indivíduo raramente conseguirá resolver todos os problemas, mas se cada um de nós fizermos a nossa parte, já estaremos no caminho certo rumo às mudanças que precisamos.
Transformando a relação com o uso das águas: o que podemos fazer?
Enquanto cidadãos, a ONU propõe que escolhemos nossas próprias ações para contribuir com o cenário atual, além de firmarmos um compromisso pessoal com a preservação e uso consciente dos recursos hídricos, afinal, assim como na história do beija-flor, cada gota conta.
Podemos começar com atitudes “simples”, mas que farão enorme diferença, como:
- Economia de água: o simples ato de tomar banhos mais curtos e fechar a torneira ao escovar os dentes, lavar louças e preparar alimentos, já é uma mudança que, se cada pessoa do planeta adotar, trará um grande impacto positivo.
- Lavagem segura: sabia que uma torneira pingando uma gota a cada 5 segundos representa mais de 20 litros de água desperdiçados em apenas um dia? Essa e outras pequenas coisas, como vazamentos e rachaduras em encanamentos, podem consumir milhares de m³ dos recursos hídricos se não forem solucionadas.
- Contenção da poluição: descartar restos de comida, óleos, medicamentos e produtos químicos no vaso sanitário ou mesmo na pia, pode poluir seriamente os canais aquáticos. A melhor alternativa nesses casos é utilizar a coleta seletiva, mesmo para os líquidos, como o óleo, que deve ser armazenado em um recipiente com tampa (uma garrafa PET ou uma embalagem de vidro), para somente depois ser destinado à coleta.
As empresas também têm seu papel nisso tudo. Como organizações, cabe a elas o consumo consciente, mas ainda é necessário uma atenção maior com seus resíduos. O descarte incorreto de efluentes é uma das principais fontes de poluição que prejudicam a qualidade e a disponibilidade de água potável em todo o mundo.
As indústrias podem se tornar grandes agentes de mudança adotando práticas sustentáveis em relação a sua gestão ambiental. Atualmente, soluções como o tratamento OnSite e OffSite, são alternativas eficazes para tratar os efluentes gerados em suas atividades e impedir que eles sejam lançados incorretamente nos canais aquáticos, promovendo mudanças positivas na sociedade e no meio ambiente como um todo.
O reúso é mais uma atitude que também pode ser implementada no meio corporativo. Com os avanços nas tecnologias de tratamento de efluentes, mediante a instalação de um sistema próprio para reutilização, a água passa por um processo de purificação e tratamento especializado, alcançando parâmetros de qualidade estabelecidos pela legislação brasileira, que torna o recurso útil para fins menos nobres.
Com esforços conjuntos da sociedade e das empresas, já estaremos atuando na mudança que queremos ver no mundo!
Sobre a data
O Dia Mundial da Água foi criado pela ONU em 1992, tendo como objetivo alertar a população mundial sobre a importância da preservação dos recursos hídricos para a sobrevivência de todos os ecossistemas do planeta. Portanto, para alcançarmos um desenvolvimento sustentável eficiente, todos nós, incluindo pessoas e empresas, temos que estar alinhados sob a responsabilidade do consumo consciente da água.