Como a gestão de recursos hídricos contribui para um futuro sustentável

Recursos hídricos Sustentabilidade

4 de Junho de 2025

Você sabia que, só em janeiro de 2025, o equivalente a mais de 160 mil piscinas olímpicas de esgoto sem tratamento foi despejado diretamente em rios e mares do Brasil? Sim, o dado é alarmante e escancara uma realidade que não podemos mais ignorar: estamos aquém na preservação de um dos bens mais valiosos do planeta — a água.

Hoje, vemos rios comprometidos pelo lançamento de efluentes não tratados, ou tratados de forma irregular. Áreas férteis viram terra contaminada. Fauna e flora aquática comprometidas. Mas o problema vai além da falta de infraestrutura ou investimentos em saneamento básico: o que está em xeque é a má gestão de recursos hídricos.

A água é essencial para a vida e para o equilíbrio ambiental. Quando mal administrada — seja por desperdício, contaminação ou descarte irregular — os impactos se espalham, atingindo todas as dimensões da atmosfera.

Por isso, precisamos repensar com urgência como lidamos com esse recurso vital, conhecendo os obstáculos existentes e as soluções ideais para contorná-los.

5 principais desafios da gestão de recursos hídricos no Brasil

como preservar água e o meio ambiente com gestão de recursos hídricos

Embora o Brasil concentre aproximadamente 12% de toda a água doce superficial disponível no planeta e abrigue o grande Aquífero Guarani — um dos maiores reservatórios subterrâneos do mundo com cerca de 1.200 mil km² — os desafios da gestão de recursos hídricos em nosso país são complexos.

Isso porque essa aparente abundância não garante acesso universal nem uso sustentável. A má distribuição geográfica, a pressão crescente sobre os mananciais e a degradação ambiental intensificam os riscos e exigem uma atenção cada vez maior à forma como lidamos com a água.

Inclusive, diversos fatores já contribuem para um cenário de atenção, como:

  • Escassez hídrica em diversas regiões

A distribuição da água no território brasileiro é consideravelmente desigual. Enquanto a região Norte concentra a maior parte da disponibilidade hídrica, áreas do Nordeste e Sudeste enfrentam períodos recorrentes de seca e estresses causados pela escassez. Esse descompasso entre oferta e demanda prejudica o abastecimento, intensifica conflitos pelo uso da água e exige políticas regionais mais eficientes.

  • Poluição de rios, nascentes e aquíferos

A contaminação dos corpos hídricos é mais um problema persistente e o cenário vai além do esgoto doméstico ou de resíduos líquidos industriais. O resultado é um comprometimento da qualidade da água, da saúde pública e da preservação dos ecossistemas.

  • Adesão ao tratamento de efluentes e reúso de água

Embora financeiramente viável, a pouca adesão das empresas na viabilização de tecnologias de tratamento de efluentes e reúso de água, leva a um ciclo vicioso de captação e descarte que poderia ser significativamente otimizado com o uso de soluções já disponíveis no mercado.

  • Consumo elevado por setores industriais e agrícolas

Juntos, os setores industrial e agropecuário respondem por mais de dois terços do consumo de água no país e, muitas vezes, esse uso é feito de forma intensiva, com baixa eficiência e sem estratégias claras de redução de impacto. Nesse contexto, a gestão de recursos precisa evoluir para incorporar tecnologias de monitoramento, controle de perdas e reaproveitamento da água em diferentes etapas dos processos produtivos.

  • Baixa eficiência na gestão pública e privada

Por fim, o cenário hídrico brasileiro ainda esbarra em problemas de governança, falta de integração entre órgãos reguladores e ausência de dados precisos para embasar decisões. Além disso, muitas empresas privadas não adotam práticas adequadas de controle hídrico, por desconhecimento ou falta de pressão regulatória. Essas ações levam à uma gestão fragmentada, que dificulta ações coordenadas para preservação e uso consciente do recurso.

Leia mais: 

 

Como podemos preservar a água e o meio ambiente?

O primeiro passo para mudar a realidade atual é entender que, quando falamos em preservar a água, estamos falando de um compromisso que vai além de garantir o abastecimento para o consumo humano. Ele diz respeito à proteção das florestas, a manutenção dos rios, a sustentação da biodiversidade e a mitigação dos efeitos das mudanças climáticas.

Devemos ter em mente que a água está no centro de tudo, uma vez que a sua presença — ou ausência — afeta diretamente a produção de alimentos, a geração de energia, o equilíbrio dos ecossistemas e até mesmo a saúde pública, levando a crises sociais, econômicas e ambientais em cadeia caso o recurso falte. 

Diante dos desafios crescentes, não há espaço para a passividade. Empresas, gestores públicos e especialmente as indústrias precisam assumir o protagonismo na gestão e preservação da água. Isso significa investir em tecnologias limpas, repensar hábitos e adotar novas formas de reúso, tratamento e cuidado com os mananciais.

Como cita Diogo Taranto, Diretor de Desenvolvimento de Negócios da Opersan em entrevista dada à Revista ISTO É:

“a seca extrema evidencia a importância do tratamento de efluentes, o uso de fontes alternativas e, principalmente, do aproveitamento de água de reúso”.

Nova call to action

 

Gestão de recursos hídricos: quais as soluções ideais para reverter o cenário atual?

Em sua participação na 4ª edição do ESG Fórum 2024, o especialista da Opersan  também propõe uma mudança de paradigma para que a água não seja vista apenas como recurso acessível, mas como um bem significativo e essencial para a continuidade das operações.

Isso significa que investir em tecnologias sustentáveis deve deixar de ser apenas uma tendência para se tornar uma necessidade — e boa notícia é que existem soluções concretas, escaláveis e aplicáveis à realidade das empresas brasileiras que nos permitem dar os primeiros passos rumo a transformações.

Aqui, estamos falando tanto de alternativas para reduzir a captação da água na fonte, quanto de tecnologias para ressignificar um recurso que, antes, era visto como descartável ou impróprio para uso. Veja só:

  • Reúso de água

O reúso é uma das estratégias mais eficazes para ampliar a oferta hídrica sem explorar novas fontes naturais justamente porque permite reaproveitar efluentes industriais, transformando-os em um novo recurso para fins não potáveis, como irrigação, processos operacionais ou sistemas de resfriamento.

Além da economia na conta de consumo, implementar o reúso significa preservar os canais hídricos, uma vez que a empresa deixa de lançar efluentes nos canais d'água e ainda diminui a demanda por captação em rios, lagos e reservatórios. Sem contar que a qualidade do recurso obtido atinge padrões de qualidade com o fornecimento de água de alta pureza.

A água de reúso hoje possui, em muitos casos, uma qualidade superior, sendo uma alternativa fundamental para reduzir o consumo de água potável nas bacias hidrográficas” - Diogo Taranto em matéria concedida  ao Portal ESG Inside

  • Tratamento de efluentes

Tratar adequadamente os efluentes industriais e comerciais também é essencial para mitigar impactos negativos nos corpos d’água, uma vez que esse processo garante que os resíduos líquidos gerados pelas atividades operacionais sejam devidamente tratados antes do descarte.

As estações de tratamento podem utilizar processos biológicos, físico-químicos ou uma combinação de ambos, dependendo da carga poluente e do perfil do efluente. O objetivo final é sempre remover todas as impurezas dos efluentes para devolvê-lo ao meio ambiente livre de qualquer fator que poderia afetar a fauna e a flora e enquadrado nas legislações exigidas pelos órgãos locais.

  • Tratamento de água

O tratamento da água proveniente de fontes subterrâneas ou superficiais é mais uma tática fundamental para garantir a qualidade exigida em processos industriais. Esse tipo de solução permite remover partículas, microrganismos e compostos indesejados da água bruta, tornando-a adequada para usos específicos de cada operação.

Nessa frente, ainda é possível integrar serviços de operação, manutenção e otimização contínua, assegurando o desempenho ideal da estrutura ao longo do tempo. Como resultado, as companhias passam a fazer um melhor aproveitamento do recurso e alcançam uma maior eficiência hídrica.

  • Dessalinização

Por fim, embora 97,5% da água do planeta seja salgada e pareça imprópria para consumo, a dessalinização é uma solução que permite transformar a água do mar ou de fontes salobras em um recurso viável. 

Esse método é especialmente relevante em regiões com escassez de água doce ou alta pressão sobre os mananciais convencionais, afinal, a osmose reversa (tecnologia aplicada no processo) é eficiente na remoção de sais e outras substâncias que impedia o uso do recurso.

Além de garantir uma fonte de abastecimento segura, a dessalinização representa uma maneira de equilibrar o uso da água, evitando extrações excessivas de água doce.

Em suma, repensar o uso da água na indústria sob a lógica da economia circular é o caminho para uma gestão hídrica de longo prazo, abrangendo desde a eliminação de desperdícios e a reutilização de recursos até a integração de processos produtivos mais eficientes e menos intensivos em consumo. Sem contar que as empresas ainda ganham vantagens operacionais e reforçam seu posicionamento sustentável, como nos lembra nosso Diretor de Desenvolvimento de Negócios: 

“Ao adotar práticas sustentáveis, como o tratamento correto dos efluentes e o reúso, as empresas não apenas economizam, mas também desempenham um papel importante na proteção ambiental. Elas mostram seu compromisso com o bem-estar humano, a saúde do planeta e a qualidade de vida, demonstrando responsabilidade cidadã perante as comunidades em que estão inseridas”. - Portal Carbon Report

Diogo ainda conclui:

Sem água, não haverá futuro para a humanidade. Por isso, é urgente preservarmos os oceanos, rios, lagos e todos os mananciais hídricos”. - Jornal EmpresariAll

O momento de agir é agora! E a transformação começa pelas decisões que tomamos hoje.

Nova call to action

 

COMENTÁRIOS

Resultado da busca